segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O Mondego, numa simplicidade de linguagem campestre,num ritmo que encanta...da autoria de Eloy de Sá Sotto Maior, nas " Ribeiras do Mondego ", estudante que foi da Universidade de Coimbra entre os longínquos anos de 1593 e 1601, em que obteve o grau de bacharel. Foi condiscípulo de Francisco Rodrigues Lobo.


No Mondego manso
Claro, e fresco rio,
Lagrimas em fio
Choro sem descanso.
Quando mais graciosa
Se mostra alvorada,
Que a manhã dourada
Doura, e faz fermosa:
Então julgo, e vejo
Vendo o bosque espesso,
Que faz grande excesso
O Mondego ao Tejo.
Quando os olhos lanço
Na prateada area
Corre mansa a vea
O rio mais manso.
Nos frescos outeiros
Se veem flores mil,
Quando por Abril
Tem folha os Censeiros.
Festejando o dia
Lá dos passarinhos
Ao fazer dos ninhos
Se ouve a melodia.
Tudo está sombrio
Alegre e contente,
Quando o sol vem quente
O bosque está frio.
E se a noite vem
Que em silencio mudo
Fica triste tudo,
Tudo graça tem.

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